quinta-feira, 25 de outubro de 2012

CONHEÇA COMO FOI A DOAÇÃO DA TERRA DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Tudo começou no ano de 1912. Taperuaba teve sua origem, na fazenda Santa Maria, e com esse nome foi chamada por um longo tempo.
Um casal de irmãos retorna da Região Amazônica, na época da extração da borracha. Anos atrás havia migrado toda a família para trabalhar no seringal. E lá ficaram por vários anos.
Os membros da família foram morrendo pouco a pouco. Quando restava da família este casal de irmãos, resolveram voltar para o Ceará.
E por serem originários das nossas plagas, escolheram este lugar para reiniciar suas vidas. Assim que chegaram Joaquina Mendes Ferreira e Seu irmão Francisco Mendes Ferreira.
O referido casal de irmãos conseguiu trazer uma elevada soma em dinheiro. Como naquele tempo não era fácil encontrar um banco onde depositar seu dinheiro, as pessoas abastadas o empregavam na compra de muitos quilômetros de terra. E foi isto que eles fizeram.
Na compra dessas terras, conforme a divisão da herança entre os dois coube a Joaquina todas as terras desse região.
Com a posse dessas terras Joaquina Mendes Ferreira (Mãe Quininha) ficou residindo em sua fazenda em Santa Maria. Era uma senhora muito religiosa. Tinha por devoção festejar o mês de maio e o produto dos leilões ela ia guardando com a finalidade de construir uma Capela dedicada a Nossa Senhora.
Em 1912, Joaquina entregou a importância acumulada ao Pe. Catão Porfírio Sampaio, que todos os anos vinha celebrar missa campal em Santa Maria. Pe. Catão nessa época era vigário de São Francisco, hoje Itapajé.
Além dessa soma em dinheiro, Mãe Quininha fez doação de cem braças de terra à margem direita no riacho Bom Jesus como patrimônio a Nossa Senhora e onde seria construída a futura capela.
Contaram-nos os habitantes mais antigos que Joaquina trazia consigo uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e assim, seria bom que se dedicasse a Nossa Senhora com esse título, a Capela que pretendia construir.
Porém Deus tem seus planos que nem sempre coincidem com os nossos. Sabe-se que Nossa Senhora é uma só, no entanto, com muitos títulos. Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Lourdes, e outros.
Não podendo ficar como padroeira da Capela, Nossa Senhora da Conceição, pelos motivos que veremos à frente da nossa narração, foi escolhida providencialmente, Nossa Senhora do Carmo, cujo titulo conquistou os corações dos moradores do futuro povoado.
E Maria nossa mãe e mãe de Jesus, leva sempre seus devotos à Jesus, Rei e senhor do Céu e da Terra.
Tendo como primeiro zelador Sr. Francisco Neves de Sousa da 1º Capelinha de Nossa Senhora do Carmo em Santa Maria. Era respeitado pela sua piedade e fervor por ocasião dos atos de piedade realizados com o povo, na ausência do vigário .
Joaquina Mendes na sua doação do terreno para a Capela, não tinha outra intenção a não ser de agradar a Deus, entendeu perfeitamente a vontade de Deus, manifestada neste acontecimento.
Havia ainda muitos outros que cooperaram com seus esforços durante o inicio do povoado. Sabe-se muito bem que todo começo é sempre mais difícil, pores ninguém pensava em desânimo.
Todos os moradores procuravam ajudar-se mutuamente.
A alegria de já contarem com uma Capela no local os encorajava.
Convidavam mais residentes para construírem suas casas nas terras da Santa, como eles falavam. Viviam contentes com as graças de Deus recebidas.
Os anos passaram.
As gerações sucederam-se.
Mergulhando no tempo dentro do nosso universo foi-se caminhando... caminhando.... lenta e calmamente.
Com o passar do tempo chegou o desenvolvimento e com ele veio o progresso que audaciosamente chegou até a nossa região.
O trabalho de seu povo, o esforço de sua gente, vieram contribuir com e evolução gradativa e continua do povoado.
O comércio, a educação e o empenho generoso, trouxeram a sua a sua participação no dinamismo quase heróico.
E no dia 22 de novembro de 1951, Taperuaba passava à categoria de Vila pelo Decreto – Lei 1.153.
Tudo são graças! Sabemos perfeitamente, que Deus esteve conosco em todos os momentos desta caminhada.
A primeira Santa escolhida para ser a Padroeira da Capela recém- construída foi realmente, Nossa Senhora da Conceição. Porém como já existia na localidade de Joá, próximo a Santa Maria, a devoção a Nossa Senhora com esse titulo, achou-se por bem, escolher Nossa Senhora do Carmo, que permanece até hoje com Padroeira local. Foi uma feliz preferência.
Conforme informações de pessoas mais idosas, o primeiro padre a visitar a nova Capela foi o Padre Catão Porfírio Sampaio.
Esse Padre era vigário de São Francisco de Uruburetama, hoje Itapajé que por sua vez pertencia a Diocese de Fortaleza. Vários anos passaram e a Diocese de Sobral foi criada por decreto da Santa Sé, datado de 10 de novembro de 1915.
O primeiro bispo de Sobral foi Dom José Tupinambá da Frota, que tomou posse da Diocese no dia 22 de julho de 19616.
A Diocese de Sobral foi criada pelo Papa Bento XV, por iniciativa de Dom Manuel da Silva Gomes, quando se encontrava á frente do governo eclesiástico do Ceará. (1912-1941).
O povoado de Santa Maria que já pertencia ao Município de Sobral, passou então para Diocese de Sobral, saindo assim, da jurisdição de Fortaleza.
Enquanto Santa Maria pertencia a Diocese de Fortaleza, vinham vários Padres visitar a Paróquia de Aracatiaçu, porém, visitavam apenas a sede da Paróquia e não iam ao interior. Talvez seja por este motivo que o povo conheceu somente o Padre Catão Porfírio Sampaio.
Até o 12º Padre eram párocos encarregados. A partir do 13º eles vieram residir em Aracatiaçu.
Esses sacerdotes trouxeram para o povoado as sementes do Evangelho. Essas sementinhas foram plantadas, nasceram, cresceram e hoje testemunhados a presença dos frutos, São os frutos da religiosidade, da honestidade, do trabalho e do esforço que permanecem nos corações dos habitantes de todo este rincão.
Enquanto os anos iam passando os sacerdotes continuavam vindo ao povoado e resolveram deixar um senhor de honestidade comprovada, como zelador da Capela. Esse senhor foi Francisco Neves de Sousa que com zelo e dedicação aceitou esse oficio.
Pelas as décadas de 1920 a 1935 havia a reza do terço e as novenas do mês de maio.
Foi criada também a Conferência Vicentina de Nossa Senhora do Carmo, que tinha como objetivo o fervor espiritual de seus associados- confrades e auxiliar as pessoas mais carentes e necessitadas.
Esta confraria foi fundada no dia 15 de julho de 1922, pelo Presidente de honra, Pe. Fortunato Alves Linhares. Os vicentinos reuniram-se aos domingos na parte da manhã, quando rezavam o terço e faziam a reunião da confraria. Contabilizavam os auxílios recebidos que levavam pessoalmente às mãos dos mais precisados.
1-primeira Visita Pastoral.
A primeira visita pastoral a localidade aconteceu de 04 a 05 de outubro de 1935.
A recepção de Dom José Tupinambá foi organizada pelo ex-seminarista Moisés Frota e a senhorita Maria Pinto.
A oradora da recepção foi Maria de Lourdes Ferreira Cunha. Dom José foi hospedado na residência do Sr. Inácio Pinto, principal proprietário e comerciante daqueles anos.
Acompanharam Dom José os seguintes sacerdotes: Mons. Fortunato Linhares, Pe. Eudes Fernandes e Pe. José Inácio. Passaram dois dias de crisma na primeira capela.
2-Reforma da Capela.
A reforma da capela Nossa Senhora do Carmo em Taperuaba, foi um acontecimento inédito no lugar. O Revmo. Pe. Francisco Soares Leitão era o vigário no ano de 1943.
De comum acordo com a população, encorajou-se a assumir a execução do grande empreendimento.
Uma obra de elevada magnitude, sobretudo naquela época. Porém o entusiasmo dos moradores estimulou o pároco e juntos pegaram no arado. E de 1943 e 1946, aconteceu a batalha, que teve um final feliz. Saindo beneficiados os habitantes da região.
Durante a construção aconteceu um incidente. Mons. Leitão subindo até um andaime de seis metros de altura desequilibrou-se e caiu. Trouxeram-no para o hospital em Sobral, onde ficou internado por alguns dias. Após alguns dias recebeu alta para tratamento domiciliar e ficou em Sobral por um período de 30 dias.
Após sua completa recuperação, Mos. Soares Leitão, volta a paróquia recomeçando o trabalho de reconstrução da Capela até o final.
Durante a gestão de Mons. Leitão à frente da Paróquia de Aracatiaçu o senhor Antonio Paulino Duarte, morador da fazenda São Sebastião, começou a ajudar na hospedagem dos vigários em Taperuaba.
Com muita dedicação, promovia tudo o que era necessário a uma boa acolhida aos senhores párocos.
Em sua casa recolhia tudo o que tivesse de melhor e que pudesse proporcionar mais conforto ao senhor vigário, sobretudo na parte da culinária.
Sua filha Luzia dedicava-se a essa especialidade ocupando-se no preparo de gostosos pratos. Com sua ajuda e muita boa vontade, colaborava com o senhor Antonio Paulino, no suprimento da casa paroquial.
Também em sua casa, o senhor Paulino, alegrava-se ao receber os párocos para festinhas de aniversário, almoços festivos e, além disso, gostava de acolher os padres para semanas de descanso.
Os sacerdotes sentiam-se felizes na agradável companhia do senhor Paulino. Para alegria da família e dos amigos, o senhor Paulino viveu irrepreensivelmente durante 100 anos e alguns meses.
3-A Construção da Casa Paroquial
A casa paroquial de Taperuaba foi construída no paroquiato do Revmo. Pe. Otacílo Carneiro.
A construção aconteceu nos anos de 1951 a 1952. O povo como sempre esteve ao lado do pároco, auxiliando-o na medida do possível.
Construindo-se uma casa Paroquial, Já fica mais fácil, quando o povo poder contar com um vigário próprio.
No ato da inauguração, aconteceu a entrega dos presentes. Nesta ocasião a casa recebeu muitos presentes. Móveis diversos, utensílios domésticos, redes, lençóis, toalhas de tipos variados, ramos de flores já colocados nos jarros e muitos outros objetos que uma casa precisa para seu perfeito funcionamento.
Foi realmente, uma excelente realização para o lugar naquela época.
Como sabemos, a casa paroquial em uma localidade tem uma importância fundamental.
Na casa existia aposentados aptos a hospedar qualquer autoridade eclesiástica, nas mais variadas ocasiões.
4-Catequese e o Valor dos Leigos.
A catequese antecedeu à criação da Capela em Santa Maria. Conta-se que havia senhoras piedosas que já catequizavam o povo. Através de novenas e da reza do oficio da Nossa Senhora, mesmo antes da criação da Capela em 1912.
Escolhiam-se aquelas casa maiores e ai reuniam-se pessoas. Após os momentos de oração e cânticos religiosos, os participantes acomodavam-se no terreiro da casa e sonhavam juntos com uma futura capelinha.
Certamente, já existia nos planos de Deus a futura capela e todos os benefícios que ele iria realizar.








1 comentários:

  1. Parabéns a todos os paroquianos de Taperuaba, que Deus os abençoe por mais 100, 100000 anos ....amém

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