Uma multidão de
mais de 150 mil pessoas lotou a Praça São Pedro e todas as ruas vizinhas, para
assistir e rezar junto com o Papa a sua primeira oração do Angelus, neste
domingo, 17 de março. Francisco apareceu na janela de seu apartamento para
rezar e abençoar os fiéis, turistas e romanos.
Desde as primeiras horas do dia, o
movimento já era grande. Toda a área foi interditada ao tráfico e ao
estacionamento. Francisco fez um discurso informal, falando de improviso e
apenas em italiano.
Ele saudou com as mãos e com um grande
sorriso, recebendo em troca aplausos e muito entusiasmo. A popularidade de
Francisco tem aumentado a cada dia desde que se tornou, quarta-feira passada, o
primeiro Papa latino-americano da história. Chegou ao balcão com o seu modo
simples, os braços ao longo do corpo e a mão direita ao alto, saudando o povo.
“Bom dia!” – foram as suas primeiras palavras.
Lembrando o episódio da mulher adúltera
que Jesus salva da condenação, Francisco ressaltou o valor e a importância da
misericórdia e do perdão nos dias de hoje: “Deus jamais se cansa de nos
perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Temos de aprender a ser
misericordiosos com todos”, afirmou.
Antes disso, Francisco disse que estava
contente de estar com os fiéis domingo, “dia do Senhor, dia de se cumprimentar,
de se encontrar e conversar, como aqui, agora, nesta Praça, uma praça que
graças à mídia, é do tamanho do mundo!”.
A propósito da leitura evangélica,
Francisco encorajou os fiéis citou a atitude de Jesus, que não desprezou nem
condenou a adúltera, mas disse apenas palavras de amor e misericórdia, que
convidavam à conversão.
“Vocês já pensaram na paciência que Deus tem com cada um de nós? É a sua
misericórdia: Ele nos compreende, nos recebe, não se cansa de nos perdoar se
soubermos voltar a Ele com o coração arrependido. É grande a misericórdia do
Senhor!”.
Dando andamento ao discurso, o Papa
citou um livro lido nestes dias sobre a misericórdia, de autoria do Cardeal
Walter Kasper, “um ótimo teólogo”. “O livro faz entender que a palavra
‘misericórdia’ muda tudo; torna o mundo menos frio e mais justo” – disse,
ressalvando que com isso “não quer fazer publicidade ao livro do cardeal”.
Depois, completou lembrando o Profeta Isaias, que afirma que “se nossos pecados
fossem vermelho escarlate, o amor de Deus os tornaria brancos, como a neve”.
Sem ler um texto preparado, Francisco
contou à multidão um fato de quando era bispo, em 1992, e uma senhora de mais
de 80 anos, muito simples (uma ‘vovó’, ele disse, ndr) quis se confessar com
ele. Diante de sua surpresa, a idosa lhe disse “Nós todos temos pecados! Se
Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria...!”. De seu balcão, Francisco
brincou com os fiéis arriscando que a senhora “havia estudado na Universidade
Gregoriana de Roma”.
Telões foram montados em toda a área
para transmitir as imagens do Papa, enquanto helicópteros sobrevoavam o centro
de Roma, e o Papa continuava seu discurso: “É, o problema é que nós nos
cansamos de pedir perdão a Deus. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, que
teve em seus braços a misericórdia de Deus em pessoa, no menino Jesus”.
O bispo de Roma, que é argentino, lembrou ainda que as origens da sua família são italianas, sublinhando, no entanto, que “nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja, que caminha unida no Evangelho”.
O bispo de Roma, que é argentino, lembrou ainda que as origens da sua família são italianas, sublinhando, no entanto, que “nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja, que caminha unida no Evangelho”.
Despedindo-se dos fiéis, Francisco disse
palavras ainda mais simples: “Bom domingo e bom almoço!”.
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