HAVERÁ ÁGUA AMANHÃ EM TAPERUABA?
Esta é a pergunta que se faz presente na Igreja, nas escolas, nas ruas e nas casas de todos os Taperubenses. Há um longo período de tempo, a população Taperuabense vem gritando por melhorias para este Distrito, por sinal, o mais distante e um dos mais belos e organizados da cidade de Sobral. Somos pessoas conscientes dos nossos direitos e obrigações, por isso, nos sentimos na obrigação de irmos em busca daquilo que cada um de nós tem por garantia da Lei. Até o dia de hoje, conservamos e buscamos os meios mais pacíficos possíveis para tentarmos conseguir melhorias e benefícios à nossa localidade, porém, o limite parece estar chegando. A paz continuará, mas nossos gritos passarão a ser mais altos. Sempre, tentamos por meio do Conselho Local da Comunidade ou outras vias, dialogarmos com as instâncias maiores e competentes no tocante à solução de nossos problemas específicos – ÁGUA E SAÚDE. Porém, o esforço particular de cada pessoa em busca de soluções definitivas - e não parciais - PARECE ser IGNORADO. Vejamos, PARECE, pois a cada nova tentativa temos uma nova frustração; uma nova conversa e promessa.
Somos um povo inteligente, consciente de nossos deveres e os cumprimos para podermos exigir quando necessários. Queríamos, também, que fossem cumpridas todas as obrigações para conosco. Não estamos pedindo favores, mas estamos pedindo o que está garantido por LEI na Constituição Federal de 1988: Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, a água, o lazer, a segurança, a previdência, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Literalmente queremos uma base estrutural que nos favoreça no campo da saúde e na distribuição de água. Na saúde: Quantas vezes experimentamos o fato de não podermos levar um doente a Sobral por falta de transporte (ambulância). Racionalmente pensemos: Como apenas uma ambulância pode atender às necessidades de uma comunidade de mais de 6.000 habitantes, distante a 72 km da cidade de Sobral? Com frequência pedimos médicos, dentistas...que passam alguns dias, logo vão embora. Enfim, dialogamos, conversamos; somos expostos e expomos nossa situação na imprensa falada e escrita. Curioso! Sempre que gritamos as palavras são as mesmas, isto é, detectamos os mesmos problemas. Ao batermos na mesma tecla significa que o problema ainda se torna presente, mas quem pode resolver? E se podem qual o porquê de ainda não terem resolvido? Temos realizado encontros com autoridades competentes, desabafamos, clamamos, porém, parece que o efeito é imperceptível. Nossa realidade é gritante. Em uma comunidade com mais de 6.000 habitantes temos famílias que com dificuldades econômicas, com uma vida sofrida, mas digna, conseguiram construir uma caixa para reservar sua água em casa, tudo por meio dos poucos recursos adquiridos pelos bordados ou aposentadorias. Mas há muito tempo vem a pergunta: De que valeu o esforço se não vem água nem pra torneira, imagine pra caixa. (Fato: Temos famílias que passam mais de 15 dias ou mais sem entrar água em suas casas). Queremos nos sentir iguais às outras pessoas, como: tomar banho ao acordar, após ou antes do almoço, quando chegarmos do trabalho, a tardinha e antes de dormir. Ai, ai. É nossa vontade, ter água pra beber sem precisar recorrer aos garrafões que passam pelas ruas sendo vendidos; é nossa vontade abrirmos nossas torneiras e nos alegrarmos com a água que cai sem precisar de carros pipas. Hoje, em Taperuaba/Sobral – TERRA AMADA – a melhor música que encanta nossos ouvidos é aquela produzida pelo som da água caindo em nossas caixas. Mas, parece que esta orquestra ainda se encontra em SILÊNCIO, ou apenas poucos conseguem ouvir. Vejamos: Água nós temos! Existem reservatórios e açudes. Só precisamos de um recurso apropriado à sua captação.
O problema parece ser crônico, mas não é. Falta BOA VONTADE dos gestores, COMPROMISSO e CARIDADE para com o povo Taperuabense. Pelo tempo que este problema vem se arrastando já teria dado tempo pra se fazer um projeto; se conseguir os recursos e solucionar o problema. Numa tentativa de solucionar o problema já tentamos, sem experiência, mas com a boa vontade encontrar saídas e que foram apresentadas aos responsáveis. Porém, mais uma vez, recebemos um “sim” e um “nada feito” como resposta. O que está acontecendo? Aqui em Taperuaba há pessoas simples que dão nome a Sobral, que valorizam a terra, que fazem a cidade crescer, mas estão sendo esquecidas e abandonadas.
Queremos poder dormir e não escutar a pergunta se AMANHÃ TEREMOS ÁGUA, já que queremos ter a certeza de que terá. Chegou a hora do BASTA! Não queremos saber de quem é a culpa, CAGECE OU SAAE, queremos e precisamos de água com qualidade para podermos sobreviver, a não ser que a ciência evolua ainda mais e nos mostre um meio de podermos viver sem este elemento, ainda hoje, essencial à vida humana. Não nos iludamos, nossa Comunidade não toma água somente no período dos FESTEJOS DA PADROEIRA não, mas todos os dias... Queremos beber, queremos viver agora e depois de nossos festejos religiosos! A solução tem que ser agora. Amém!
Pe. Antônio Denilson de Sousa - pároco de Taperuaba.
paroquiadetaperuaba@hotmail.com
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